Fanzine HQ Memories nº 04


Aqui está o quarto número do HQ Memories, praticamente uma edição dedicada exclusivamente à conquista do espaço e à ficção-científica. Sempre com o objetivo de resgatar trabalhos raros de grandes autores nacionais e obras de grandes autores estrangeiros que foram pouco publicados no Brasil. Vamos às atrações desta edição: 
 
RUMO AO INFINITO - Folhinha de S. Paulo, 13 de junho a 04 de julho de 1965: Ficção científica criada por Zezo (José Rivelli Neto) para o Jornal Juvenil nº 9 em 1962. Foi republicada em capítulos pela Folhinha de S. Paulo a partir junho de 1965 com edição de Mauricio de Sousa. Zezo, um dos mais expressivos desenhistas do terror nacional das décadas de 1950 e início de 1960. Além de histórias avulsas de cowboy, românticas, infantis e de terror, criou para a Ed. La Selva uma das melhores adaptações do clássico Frankenstein, criou também centenas de capas e HQs para a Ed. Outubro e para a própria Ed. La Selva. No Jornal Juvenil, entre 1961 e 1962, além de ilustrações e capas, criou duas HQs: O Tubarão Voador (de aventuras no mar) e Rumo ao Infinito (aventura espacial). Desenhou ainda para a distribuidora de tiras de Maurício de Sousa, em 1966, a história de espionagem chamada Dorinha da qual só fez 6 tiras, sendo completada por outro desenhista. 
 
RUMO À LUA - Folhinha de S. Paulo, 26 de fevereiro de 1967: Página desenhada por Zezo e Mauricio de Sousa mostrando como a Corrida Espacial mobilizou os leitores durante toda a década de 1960. 
 

 
VIAGEM À LUA - A Gazeta, 16 de julho de 1969: O homem chegou à Lua em 20 de julho de 1969. Quatro dias antes o jornal A Gazeta (SP) apresentou uma página com cartuns referentes ao acontecimento. Os trabalho foram realizados por três colaboradores do próprio jornal; Luscar (Luiz Carlos dos Santos) que publicava a tira Blá-Blá-Blá, com os personagens Florisval, Chopinho e Josué, o profeta; Benedito Veloso com a série O Invasores, com Quizumba e Zuera, dois caipiras que vêm pra cidade grande e Egberto, um repórter que vivia suas aventuras dentro de uma redação de jornal e Mauricio de Sousa, que publicava em A Gazeta as tiras do seu personagem Niquinho. 
 

 
A INVASÃO JUNKWAFFEL À ILHA KRUPPENNY - Witzend nº 05 - 1968: Vaughn Bodē (22 de julho de 1941 - 18 de julho de 1975) apesar de seu falecimento precoce foi um dos mais influentes cartunistas do underground americano conhecido por seu personagem Cheech Wizard e sua arte retratando mulheres voluptuosas. Seu trabalho ainda é bastante popular entre os grafiteiros. Foi publicado uma única vez no Brasil no tabloide Super 8 & Quadrinhos nº 02 em fevereiro de 1977. Dono de uma produção gigantesca esta aventura retrata muito bem a exuberância de seus desenhos e sua imensa capacidade em criar universos sólidos e bem estruturados. 
 
DONALD, VENDEDOR DE ASSINATURAS - Jornal de Assinaturas nº 13, julho de 1986, editora Abril: Em 1986, com o andamento das revistas Disney no sistema de assinaturas, a editora Abril publicou no Jornal de Assinaturas, órgão interno destinado à equipe de vendas do sistema porta a porta, matéria promocional com o objetivo de treinar seus vendedores a promover a venda do pacote de revistas em quadrinhos Disney. As tiras tiveram texto do redator Edson Motta e desenhos de Moacir Rodrigues Soares, um dos grandes expoentes dos quadrinhos Disney no Brasil. 
 

 
SPACEHAWK, O LABORATÓRIO SECRETO DO DR. GORE - Target Comics Vol. 2, nº 07, setembro de 1941: Basil Wolverton é um dos maiores talentos da história dos quadrinhos. Embora ele seja mais conhecido por seus trabalhos humorísticos na revista MAD, é seu personagem de ficção científica Spacehawk o mais icônico de sua carreira. A estreia intergaláctica de Spacehawk foi em 1940 e se prolongou até 1942, portanto, totalmente influenciado pelo clima de guerra. Spacehawk foi a coisa mais próxima de um herói de ação convencional que Wolverton produziu, mas infundido com toda a sua estranheza: arte controlada e orgânica de alienígenas e monstros estranhamente repulsivos e planetas bizarros. Spacehawk não tinha identidade secreta, nenhuma base fixa de operações além de sua nave espacial, e nenhum ajudante ou interesse amoroso. Ele tinha apenas uma missão na vida: proteger os inocentes em todo o Sistema Solar e punir os culpados. Ele era tremendamente obscuro, mas muito mais divertido que seus contemporâneos Buck Rogers e Flash Gordon. 
 
A LENDA DO GATO PRETO - Seleções de Terror 21, editora Outubro, 1961: Almir Bortolassi foi um desenhista bastante atuante nas décadas de 1960 e 1970. Publicou em revistas das editoras Outubro e Taika. Sua especialidade era o desenho infantil mas também enveredou pelo traço realista, como na história apresentada neste número, mostrando mais uma vez a versatilidade dos autores dessa geração. Bortolassi abandonou os quadrinhos e seguiu o ramo da publicidade. Trabalhou em grandes agências, como a J. Walter Thompson, fundou seu próprio estúdio, o Albor Design. Nascido em 29 de agosto de 1940, faleceu em 3 de abril de 2018 em Ilhabela, onde havia fixado residência.
 
Na última capa uma pin-up de Edd Cartier (1914-2008), um dos maiores ilustradores dos pulps norte-americanos, hoje em dia injustamente esquecido. 
 

CHARLES ADAM em OS ANJOS DA VINGANÇA - Notícias Populares (SP), novembro e dezembro de 1983: O desenhista Jair é um dos grandes mistérios do quadrinho brasileiro. Começando a atuar no jornal Notícias Populares em 1973, publicou ininterruptamente por mais de 16 anos nesse periódico, até finais da década de 1980. Em sua carreira abarcou todo tipo de tema, como a ficção-científica, o bang-bang, o humor e o romance, em charges, cartuns e principalmente tiras diárias, com personagens como João Cascata, Ringo, Charles Adam e Sarapico, que o acompanharam por toda a sua jornada. Sua obra se concentrou praticamente no NP, embora tenha produzido alguns poucos catuns para a editora Grafipar. Dono de um traço rústico mas muito pessoal, Jair aparentemente não teve uma educação formal em artes e seu traço anatômico/caricatural o enquadra ao lado de grandes mestres internacionais como Zack Mosley e Chester Gold. Por meio de suas auto caricaturas podemos supor que Jair fosse um cartunista negro. Alguns comentários no blog Tiras Memory indicam que o desenhista já é falecido. 
 

CAPITÃO COMETA - Diário Popular (SP), 1964: Capitão Cometa foi publicado inicialmente em forma de tiras diária no jornal A Nação em 1964 desenhada por Fernando de Almeida. No mesmo ano passa a sair no Diário Popular (SP) onde teve 3 aventuras editadas, com créditos de Gedeone Malagola no roteiro da terceira aventura. Nesta edição do HQ Memories você poderá ler completa a segunda ventura do herói. Sobre Fernando de Almeida sabe-se que foi um desenhista e publicitário brasileiro, cuja carreira nos quadrinhos começou nos anos 1960, período em que foi bastante produtivo. É mais lembrado por fazer a arte-final de muitas histórias em quadrinhos produzidas pelo estúdio de Minami Keizi e ser um dos pioneiros da editora Edrel / Pan Juvenil, em São Paulo, para as quais desenhou em revistas como Capitão Cometa, Almanaque Aventuras e Estórias de Guerra. Esses quadrinhos eram uma atividade paralela, que Almeida fazia à noite, após o expediente na agência de publicidade J. W. Thompson. Fernando frequentemente trabalhava em parceria com José Carlos de Almeida e sua produção em quadrinhos perdurou até o início dos anos 1970. Publicou também em Almanaque Clássicos do Terror da editora Taika; revista Arrepio da editora Dado e Edição Extra de Terror da editora Jotaesse.
 
Formato: 15 x 21 cm
36 páginas
Capa colorida, miolo PB
Tiragem limitada!

 
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